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Literacia Digital

O que é a Realidade Aumentada?

Há várias perguntas que (ainda) não fazem parte das conversas diárias ou habituais nas escolas quando nos referimos a metodologias, estratégias e recursos:

O que são óculos inteligentes? E ecrãs montados na cabeça? O que é realidade aumentada e realidade virtual? O que é computação móvel? O que é comunicação háptica? Como utilizar os hologramas na educação? O que significam e qual a utilidade de todas estas tendências digitais?

Não te preocupes, respira fundo, não te assustes e mantém a calma.

Não há resposta para tudo! Temos de dar os primeiros passos para entender os conceitos, perceber a sua aplicabilidade nas tendências do mercado (no qual irão trabalhar os nossos alunos) e associar as tecnologias a novas metodologias de aprendizagem.

Para conhecer e aprender mais sobre estas temáticas é fundamental uma grande abertura para a novidade, por forma a poder lidar bem com conceitos que, na maior parte dos casos, parecem retirados de um filme de ficção científica.

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Fonte: innovatemedtec.com

Para muitas pessoas a Realidade Aumentada, a Realidade Virtual ou Realidade Mista ou Híbrida, Hologramas Animados, Ecrãs Interativos e Modelos 3D virtuais são tecnologias bastante abstratas e exóticas. Na verdade, tudo isto existe e já está a ser muito utilizado na Educação, pelo menos em algumas escolas e/ou países.

É certo que a ideia base destas tecnologias é difícil e complexa. No entanto, com a criação de aplicativos simplificados de utilização intuitiva torna-se possível serem utilizadas pelo comum dos mortais. Para além disso, apesar de parecerem estranhos, muitos já são (ou foram) utilizados por nós.

O ambiente real modificado por objetos gerados por computador está presente em muitas áreas, da aviação aos jogos, só não estamos cientes disso enquanto utilizadores. E, ainda que possamos conhecer as ideias e alguns exemplos, é provável que ainda não tivéssemos parado para pensar na possibilidade de ser utilizado na educação. Claro que haverá sempre alguém que consegue andar à frente e já estar a realizar experiências de qualidade com esta tecnologia.

Nos último tempos, apanhaste algum Pokémon? Ou, pelo menos, conheces alguém que o faz? Já colocaste os móveis no teu quarto através da aplicação IKEA? Isso é Realidade Aumentada, e tem áreas de uso potencial muito abrangentes. É um conceito que ainda está em desenvolvimento, e são vários os profissionais da área das Tecnologias em todo o mundo estão a trabalhar para o melhorar.

Começando por aqui, com este artigo gostaria de tentar esclarecer o conceito de Realidade Aumentada e as suas potencialidades em várias áreas de aplicação/utilização.

Afinal, o que é realidade aumentada (RA)?

Trata-se da tecnologia que expande o nosso mundo físico, adicionando-lhe camadas de informação digital. Ao contrário da Realidade Virtual, a RA não cria todos os ambientes artificiais com o objetivo de substituir o real por um virtual. Os elementos de RA aparecem à vista direta de um ambiente já existente, tendo a possibilidade de adicionar sons, vídeos, gráficos, interatividade.

Com esta sobreposição dos objetos gerados pelo computador, altera-se a perceção da realidade do ambiente físico no mundo real. (parece confuso?)

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Fonte: www.vice.com

Apesar de estarmos a avançar no século XXI e o nosso contacto com esta tecnologia ser, de um modo geral, muito esporádico, é importante referir que o termo e a tecnologia já são usados desde 1990, com as primeiras experiências a serem realizadas na televisão e ao nível militar.

Com a massificação da internet e, principalmente, dos Smartphones, a RA começou a ganhar maior popularidade e maior índice de interatividade com os utilizadores, atribuindo-lhe a usabilidade que não era tão visível anteriormente.

A possibilidade de ter os modelos 3D projetados diretamente em coisas físicas ou fundidos em tempo real, conduziu à criação de várias aplicações de RA com impacto nos nossos hábitos, na vida social e na indústria do entretenimento.

As aplicações de RA normalmente ligam a animação digital a um ‘marcador’ especial ou a uma localização (com a ajuda de GPS).

Como funciona a Realidade Aumentada

No meu ponto de vista, não é muito difícil entender a lógica base de funcionamento da RA. No entanto, a (quase) todos urge a resposta a uma pergunta: Como funciona a RA?

Para a RA podem ser utilizados um certo tipo de dados produzidos digitalmente (imagens, animações, vídeos, modelos 3D) e os utilizadores finais (pessoas) irão ver o resultado como se se tratasse de um evento ao vivo, com luz natural e sintética. Ao mesmo tempo, o utilizador está consciente de que a imagem que está a ver no seu equipamento pertence ao mundo real, complementado com o apoio de uma tecnologia.

A RA pode ser visualidade em vários dispositivos: Ecrãs, óculos, tablets, smartphones, entre outros. Envolve a tecnologia SLAM (Simultaneous Localization And Mapping) que permite localização e mapeamento simultâneos, permitindo a colocação dos objetos virtuais num ambiente real e possibilitando a interação com o utilizador. Implica também o rastreio de profundidade (sensores que realizam o cálculo de distâncias aos objetos) e, naturalmente, alguns equipamentos: câmaras e sensores, processadores, de projeção e reflexão. A maior parte deles já associados aos pequenos smartphones que utilizamos diariamente, não se tratam de equipamentos de acesso difícil e dispendioso.

Tipos de Realidade Aumentada

RA baseada num marcador
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Também conhecida como RA por reconhecimento de imagem, porque necessita de um objeto e uma câmara para o digitalizar e identificar. Pode ser qualquer coisa, um código QR impresso, uma imagem, um gráfico ou outro tipo de sinalização que sirva de identificador. Em alguns casos, o dispositivo de RA irá calcular a posição e orientação desse marcador para posicionar o conteúdo. Depois dessa identificação iniciam-se as animações digitais para os utilizadores verem, possibilitando que, por exemplo, as imagens de uma revista se transformem em modelos 3D.

RA baseada na localização ou na posição

A localização do equipamento de RA é verificada através da utilização do sinal de GPS, de uma bússola, um giroscópio e um acelerómetro. A conjugação destes dados determina o conteúdo de RA que se encontra numa determinada área.

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Fonte: https://www.applique.com.br/
RA baseada em projeção.

Os objetos da RA tornam-se visíveis através da projeção de uma luz sintética para superfícies físicas, e em alguns casos, permitem que exista interação entre o utilizador e o objeto. Este conceito corresponde aos hologramas que já vimos em filmes de ficção científica ou em outros exemplos já popularizados na televisão.

Vídeo com holograma – SIC
RA baseada em sobreposição.

Nestes casos, a tecnologia substitui a vista original por uma nova com inclusão de objetos virtuais, de uma forma total ou parcial. O reconhecimento de objetos e de todos os dados a eles associados (dimensões e volumetria) desempenham um papel fundamental, sem eles todo o conceito seria simplesmente impossível.

Um dos exemplos mais conhecidos neste formato de RA sobreposta é a aplicação do catálogo IKEA, que permite aos utilizadores colocarem itens virtuais do seu catálogo de móveis nas suas divisões de casa.

Dispositivos de realidade aumentada

Muitos dos dispositivos atuais já suportam a RA. Desde smartphones/iphones e tablets/ipads a gadgets como o Google Glass ou outros dispositivos portáteis, existem tecnologias que continuam a evoluir diariamente. De qualquer forma, para alguma tecnologia de RA mais avançada, tanto em processamento como em projeção, os dispositivos e hardware, necessitam de possuir sensores, câmaras, acelerómetro, giroscópio, bússola digital, GPS, entre outros.

Os dispositivos adequados para a realidade aumentada enquadram-se nas seguintes categorias:

Dispositivos móveis (smartphones/iphones e tablets)

Os mais acessíveis, numerosos e habituais ao nível do utilizador, e adequados para aplicações móveis de RA (jogos, entretenimento, análises de negócios, marketing, educação, desporto e redes sociais.)

Dispositivos especiais

Equipamento que têm como finalidade exclusiva as experiências de RA. Exemplo: Head-Up Displays (HUD) que projetam os resultados num ecrã transparente, com leitura fácil para o utilizador. São muito utilizados em aplicações de treino/formação de pilotos militares, mas que podem ter utilidades diversas na aviação, indústria automóvel, fábricas, desporto, etc…

Óculos RA (ou óculos inteligentes)

Óculos Google, Meta 2 Óculos, Laster See-Thru, Óculos Laforge RA, entre muitos outros que já estão no mercado, são unidades capazes de apresentar notificações do smartphone, de dar apoio aos trabalhadores na linha de montagem de uma fábrica, de aceder a conteúdos sem necessidade de utilizar as mãos, etc.

Lentes de contacto RA (ou lentes inteligentes)

Levando a RA um passo ainda um pouco mais além, fabricantes como a Samsung e a Sony anunciaram o desenvolvimento de lentes de contacto para RA.

Partilho um filme que ilustra bem as funcionalidades, deixando algum rasto de estranheza pela novidade.

Portanto, esta tecnologia que permite a interação do virtual com o real ainda está a ser explorada, a emergir do ponto de vista criativo. A ver pelo sucesso Pokemon Go, podemos antever que tem potencial imenso. E são já muitas as aplicações criadas e em experimentação em diversas áreas:

  • Turismo
  • Lojas de Mobiliário
  • Vendas a retalho
  • Comércio Eletrónico
  • Imobiliárias
  • Medicina e Cuidados de Saúde
  • Joalharia
  • Desporto
  • Fábricas
  • Educação

Olhando para vários exemplos, certamente que num futuro próximo as editoras (que quererão dar continuidade aos seus lucros) irão apostar em muitos conteúdos de RA associados aos manuais digitais.

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Fonte: www.reviewsxp.com

Também é interessante perceber que existem aplicações relativamente simples que nos permitem criar exemplos de RA para os nossos alunos.

Num próximo artigo irei abordar este tema!

Créditos da Imagem de Destaque

www.bbvaopenmind.com/

Tags : 3Dgoogle glassesLiteracia Digitalmanuais escolaresRArealidade aumentada

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