Dependências Digitais – EducaTech.pt https://www.educatech.pt Literacia Digital para Professores Fri, 16 Oct 2020 12:44:40 +0000 pt-PT hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.7.2 https://i0.wp.com/www.educatech.pt/wp-content/uploads/2018/11/cropped-Ico.png?fit=32%2C32&ssl=1 Dependências Digitais – EducaTech.pt https://www.educatech.pt 32 32 157763028 3 Dicas Simples para começar uma Dieta Digital https://www.educatech.pt/3dicas-para-comecar-uma-dieta-digital/ https://www.educatech.pt/3dicas-para-comecar-uma-dieta-digital/#comments Wed, 14 Oct 2020 22:47:22 +0000 http://demo.themeruby.com/innovation_default/?p=801 Vivemos num mundo frenético, onde os acontecimentos são extremamente velozes, em que temos, por vezes, a sensação de que estamos sempre ligados e conectados com a rede. Esta sensação que, para muitos é uma realidade, cresceu exponencialmente com a massificação dos smartphones/iphones e com a crescente oferta de aplicações e serviços preparados criteriosamente para que esta ligação se efetive e permaneça.

Por isso, é muito fácil darmo-nos conta de que gastamos demasiado tempo a olhar para os pequenos ecrãs, passando muito tempo online enquanto o mundo real passa por nós.

addiction 3747769 640
Imagem de mohamed Hassan por Pixabay

A sobrecarga digital é uma (triste) realidade, de tal forma que estes casos de dependência, tal como nos jogos, já podem ser considerados doença. As clínicas e terapias para a já conhecida desintoxicação digital estão a nascer e irão prosperar, seguramente.

Em alguns casos, pessoas que, por opção, decidem abandonar o mundo consumista tal como ele se está a impor a uma grande percentagem da população, alterando completamente o seu estilo de vida, a desintoxicação digital é, sem dúvida, a solução ideal. Existe, nestes casos, a opção de rotura com tudo o que é digital, tecnológico e atual. Na minha opinião esta é uma decisão corajosa e sensata, mas (aparentemente) difícil de implementar!

Mas esta não é a realidade para a grande maioria dos mortais! Portanto, parece óbvio que uma desintoxicação digital, ainda que temporária, pode parecer algo absurdo. Creio, até, que sem um enquadramento correto, poderia levar muitos à loucura.

anxiety 2902575 1280
Imagem de Pete Linforth por Pixabay

A importância de Reconhecer o Problema

Seja qual for a opção, importa, tal como em qualquer outro tipo de doença, assumir que existe um problema, que o tempo utilizado é demasiado, que existe a sensação de que o mundo está a passar ao nosso lado. Este tem de ser o ponto de partida. Caso contrário, tudo o que se disser vai parecer anedótico.

Pertencemos às primeiras gerações que está a ter este tipo de comportamento. Não existem estudos sobre quais serão as consequências reais ao nível da saúde no futuro próximo. Estamos, de certa forma, a servir de cobaias.

E também não sabemos quais serão os resultados a longo prazo, quando a maioria das pessoas simplesmente não conseguir viver sem os smartphones/Iphones, computadores ou quaisquer outros dispositivos ligados à Internet.

É melhor começar com uma Dieta…

Numa altura em que não há certezas de nada, em vez do radicalismo da não utilização, penso que será preferível uma Dieta Digital.

Tal como em qualquer caso, sabemos que o excesso não é bom.

Com um conjunto de regras simples podemos manter-nos ligados ao digital sem que o uso seja constante ou nos interrompa constantemente. Ao fim de algum tempo será possível criar novos e melhores hábitos, podemos sentir-nos menos “culpados” pelo tempo desperdiçado e, certamente, mais produtivos.

Parece-te fácil? Olha que não, largar um vício é sempre uma tarefa árdua! Mas não perdes nada em tentar!

Agora, as 3 Sugestões…

Das muitas possibilidades, resolvi selecionar 3 Dicas que te podem ajudar a iniciar uma Dieta Digital sem grande custo.

1. Sem Acesso – Estabelecer horários onde não podes usar a tecnologia.

Como em outros casos, é aqui que começa a “dieta”. Em vez de comermos muito pão, comemos pouco.

Em vez de eliminar, podemos definir limites. Claro está que esses limites dependerão de pessoa para pessoa, consoante o nível de dependência e das suas necessidades individuais da tecnologia, a nível profissional, por exemplo.

Os períodos OFF podem ser definidos por cada um, devem ser constantes e, no caso das famílias, pode ser extensível, para que não custe tanto.

A decisão pode passar pelas primeiras horas da manhã, no momento em que faz exercício. As refeições também podem ser boas opções, tornando o contacto com o mundo real mais fácil, seja em família, com os amigos, com colegas de trabalho ou até mesmo sozinho. Há várias opiniões, por exemplo, que aconselham a que o contacto com a tecnologia, seja ela qual for, deverá parar pelo menos uma hora antes de deitar, culminando com um sono de maior qualidade.

Seja qual for a decisão, o horário ou horários que escolheres, certifica-te de cumpri-lo(s). Só assim poderás criar um novo hábito e poderás desfrutar dos resultados.

2. Sem Notificações – Evita a insanidade das notificações.

bell 1096280 640

O grande problema dos ecrãs digitais é que, na maior parte dos casos, eles podem tornar-se distrações.

Por vezes, os equipamentos parecem que nos “obrigam” a estar distraídos. Para além dos smartphones/iphones, são vários os equipamentos que se interligam para que não possamos perder uma notificação.

Se tens um Smartwatch ou uma banda fit ligada ao smartphone/iphone com as notificações ativadas, então irás recebê-las em duplicado e irás ouvir um zumbido e sentir a tremedeira no teu pulso.

Mesmo sem este tipo de duplicação de notificações, é comum vermos gente a olhar constantemente para o telemóvel, a verificar se a luz intermitente (de cores diversas) indica  que, finalmente, chegou algo de novo (chamada, sms, email, notícia, comentário, gosto, etc…)!

smartphone 3637029 1280
Imagem de Gerd Altmann por Pixabay

As notificações têm o condão de tornar um equipamento sempre ativo, podem até tornar-se aborrecidas. Recomenda-se, portanto, que seja feita uma gestão das notificações. Para começar, desativa as que não precisas, de todo.

Sei que haverá pessoas a pensar que “só vão ver as notificações se quiserem”. É certo, nós deveríamos ter essa disciplina, mas, se formos sinceros, não é realmente assim que acontece, pelo menos com a maioria das pessoas.

Imagina que costumas receber bastantes emails de trabalho. Se as notificações estiverem ativadas (e ligadas a um Smartwatch) é muito natural que exista a tentação de abrir a mensagem.

Se estiveres a realizar uma tarefa, ou em período de descanso, essas interrupções podem quebrar o ritmo de trabalho e o foco no que realmente seria importante.

Deves desativar essas notificações e criar um hábito de verificar o email (trabalho ou pessoal) manualmente em intervalos que façam sentido em termos de atualização.

O exemplo das notificações do email aplica-se a todas as outras notificações ativas no teu smarphone.

3. Faz uma reflexão sobre as Redes Sociais. Já.

woman 882568 640
Imagem de Gerd Altmann por Pixabay

As redes sociais existem porque existem utilizadores fiéis. É também um facto que as Redes Sociais são um negócio bastante rentável. E, naturalmente, para que esta relação se mantenha é importante criar mecanismos que incentivem uma utilização crescente, e isso é possível de diversas formas, muito estudadas pelos gurus do Marketing.

Por tudo isto, é normal que em algum momento te sintas “sugado” por alguma Rede Social. O nosso cérebro é muitas vezes “caçado” por motivos pouco produtivos, engendrados por tipologias de aplicações preparadas para esse efeito.

Não sou contra as Redes Sociais, pelo contrário, na sua essência está uma lógica de aproximação entre pessoas que estão longe geograficamente, da criação virtual de uma rede de amigos e família. O problema está na forma e conteúdo muitas vezes usados nestas plataformas. Conteúdos que, ao fim e ao cabo, conseguem enredar pessoas que não conseguem equilibrar este uso, “gastando” centenas de horas de forma improdutiva.

Sem aprofundar um tema importante, refiro que também é fundamental percebermos o que realmente é publicável nestes espaços pouco privados. Existem já vários indícios e estudos sobre a influência das Redes Sociais nos níveis de ansiedade, de stress ou de autoconfiança.

Tal como foi referido para os emails, notificações e uso de equipamentos, é importante que na gestão da utilização destas Redes Sociais, se consigam definir horários específicos durante o dia.

Devemos ser inteligentes na gestão do nosso tempo para que o consigamos alocar para tarefas que realmente nos ajudam a cumprir objetivos.

O segredo é sempre o equilíbrio.

Das muitas possibilidades que podiam ser destacadas, escolhi apenas 3 dicas “relativamente” simples para que possas iniciar uma redução de utilização de ecrãs, se realmente sentires que é positivo e necessário.

stones 3364324 1280
Imagem de suju por Pixabay

São vários os sinais de que a nossa sociedade (refiro-me aos países desenvolvidos e em vias de desenvolvimento) está a ficar muito dependente dos pequenos ecrãs. É preciso estar alerta para que possamos entender os sintomas dessa dependência, assumir que está a começar a ser um problema. Só assim podemos passar para a fase seguinte.

E com isto não estou a banalizar, criticar ou menosprezar as Tecnologias. Apenas a referir que não nos podem dominar, que devemos manter o equilíbrio com a vida real, a importante ligação com a natureza e com todas as pessoas que mais gostamos.

Sem esta harmonia será impossível desfrutarmos dos benefícios evidentes desta evolução.

Pensa nisto!

Créditos da imagem de destaque:

Imagem de Pete Linforth por Pixabay

]]>
https://www.educatech.pt/3dicas-para-comecar-uma-dieta-digital/feed/ 1 801
Tecnologia, Equilíbrio e Saúde em tempos de COVID-19 https://www.educatech.pt/tecnologiaequilibrio-e-saude/ https://www.educatech.pt/tecnologiaequilibrio-e-saude/#respond Mon, 27 Apr 2020 17:01:45 +0000 https://www.educatech.pt/?p=2573 Há um ano atrás, escrevi aqui no Blogue um artigo com 3 Dicas Simples para começar uma Dieta Digital. Hoje, faço-lhe uma adenda, associando esta necessidade com o período que estamos a vivenciar.

Vivemos uma época ímpar que, pelos motivos conhecidos, nos confinou em casa e nos empurrou para formas de trabalho alternativas, muito centradas na tecnologia. É essa a realidade atual da esmagadora maioria dos professores.

Por muitas resistências que existam em relação às TIC, neste momento (quase) todos têm de as utilizar diariamente. E alguns até começam a perceber muitas das potencialidades associadas às aplicações educativas.

training 2874597 1280
Imagem de Gerd Altmann por Pixabay

O Trabalho dos Professores!

É de louvar o esforço de todos e a vontade enorme de aprender muito em pouco tempo, e verificar como se conseguiram definir estratégias que proporcionam algum tipo de trabalho e aprendizagens aos milhares de alunos que também estão em casa.

Tudo isto numa altura em que as relações dos professores com o Ministério da Educação não eram as melhores. Como em muitas outras situações, demos uma enorme resposta de rigor e qualidade.

No entanto, apesar de este blogue se centrar na tecnologia educativa, em alguns artigos tenho feito referência aos cuidados que devemos ter com  a sua excessiva utilização. Neste momento há uma tendência normal para exceder tudo o que está mais ou menos protocolado pelas instruções da Organização Mundial de Saúde, tanto nas crianças e jovens como nos adultos.

O número de horas diárias de contacto com os ecrãs sobre rapidamente para os 2 dígitos, quando deveriam ser pouco mais de 2 horas nos mais novos, até um máximo de 6 horas (já em exagero) nos mais velhos.

Este excesso de tecnologia, e de trabalho, é muito preocupante e pode conduzir-nos a problemas de saúde graves.

Enquanto professores, por não termos recursos preparados para esta forma de trabalhar, queremos estar atentos às necessidades dos alunos e, na verdade, tentar satisfazer essas necessidades tão diversas.

Estamos constantemente a tentar estar em cima de tudo, a verificar que recursos temos de dar, e especialmente que feedback devemos dar. Para além da preocupação com os alunos que, infelizmente, não estão a conseguir acompanhar as atividades.

Contudo, é importante não esquecer que também temos famílias e outras tarefas, atividades e vida para além da escola. E alguns professores estão a passar por cima de tudo isto para conseguirem cumprir com os seus alunos.

É fundamental manter o equilíbrio para que o nosso cérebro e o nosso corpo não nos deixem ficar mal.

Como gerir os tempos de ecrã?

Não me parece que existam receitas ou sugestões universais.

As seguintes ideias podem ser adaptáveis a cada caso, e podem ser um ponto de partida para que os professores (especialmente os Diretores de Turma) possam abordar este tema junto dos Encarregados de Educação, no sentido de também em casa possam ser analisados, discutidos e, quem sabe, implementados.

É muito difícil identificar quanto tempo gastamos com os ecrãs, uma vez que eles parecem omnipresentes (Smartphone, portátil, Tablet, Televisão, Smartwatch…)

Julgo que a chave é identificar “tempos sagrados” sem ecrã. Devemos dar atenção, identificar e monitorizar este tempo que pode ser o “remédio” desejado.

apple device black and white business computer 295826
Photo by Michaela from Pexels

Como é que podemos obter tempos sagrados?

1 – Criar um plano de trabalho rigoroso

A existência de um mapa de trabalho (que terá de ser intensivo) é fundamental desde que seja cumprido. Este mapa deverá contemplar os momentos síncronos e assíncronos com os alunos, o trabalho de preparação e deverá existir sempre espaço para o feedback.

2 – Intercalar descansos obrigatórios no mapa diário/semanal

É importante descansar. Podemos utilizar alguma técnica de organização de trabalho (Ex: Técnica Pomodoro) que permita momentos de trabalho alternados com momentos de descanso ou divertimento (de preferência sem ecrãs)

3 – Automatizar procedimentos com a tecnologia

A utilização de avaliação formativa automatizada e com feedback automático para cada resposta é uma forma de reduzir o tempo de contacto com a tecnologia. As plataformas de apoio à aprendizagem (Moodle, Classroom, Edmodo, etc…) centralizam muita desta comunicação e dispõem de ferramentas que simplificam os processo de feedback.

4 – O poder dos fóruns/Grupos de discussão

A implementação destes espaços permite a utilização de feedbacks entre pares, validados pelo professor. É muito interessante verificar esta interatividade que, se for bem trabalhada, tem grandes impactos nas aprendizagens.

5 – Trabalho e Smartphone/Iphone

Devemos/Podemos criar uma regra para não ter o nosso equipamento ao lado nos momentos do nosso mapa em que definimos como trabalho. Podemos utilizá-lo nas pausas. Notificações e Redes Sociais podem “roubar-nos” muito tempo.

6 – Praticar exercício físico

Criar no mapa semanal momentos de prática física (3 ou 4) que podem, ou não ser no exterior. Para além dos cuidados com a alimentção, naturalmente.

7 – Momentos sem tecnologia

Em casa deverão existir momentos sem tecnologia. Desde logo o momento das refeições. Tentar que as refeições em família sejam livres de qualquer ecrã. Podem existir outros momentos, substituídos por tarefas em família sem tecnologia.

8 – Continuamos a ter direito a fim de semana

Esta ideia não necessita de qualquer tipo de explicação, penso eu.

tech
Fonte: https://qswownews.com/

Espero então que estas ideias possam ajudar-te a ser um pouco mais produtivo(a), possam também ajudar os alunos e te proporcionem novas aprendizagens de uma forma equilibrada com a saúde.

Porque, depois do COVID-19, a vida vai continuar para a esmagadora maioria.

Créditos da imagem de destaque

Photo by Michael Judkins from Pexels

]]>
https://www.educatech.pt/tecnologiaequilibrio-e-saude/feed/ 0 2573
Cuidado com os jogos? https://www.educatech.pt/cuidado-com-os-jogos/ https://www.educatech.pt/cuidado-com-os-jogos/#respond Tue, 21 Jan 2020 16:00:00 +0000 https://www.educatech.pt/?p=2270 Depois de um artigo de incentivo à criação de jogos educativos, tarefa que pode ser feita pelos professores e/ou pela família, trago-vos um pequeno artigo e um guião… sobre videojogos.

Por vezes é-nos muito difícil entender os nossos alunos. Nesta área dos jogos digitais não é fácil perceber por que motivo conseguem estar horas e horas (dias e dias) mergulhados num jogo. De qualquer forma, nas nossas rotinas diárias com alunos, conseguimos perceber que esta realidade nos deixa desconfortáveis, especialmente quando percebemos que existem visíveis consequências destes desequilíbrios.

Pessoalmente, nunca fui muito adepto de videojogos e sempre tive muita dificuldade em perceber esta “estranha” forma de passar o tempo (é apenas uma opinião). No entanto, desde que me lembro, sempre tive colegas, familiares e amigos muito interessados neste passatempo.

Este gosto por videojogos não é recente! Já existe há algumas décadas e a maioria das pessoas que gostava de jogar nessa altura (há quase 30 anos), ainda hoje gosta e continua a passa muitas horas à frente de um monitor. Pessoas normais.

Gaming, para muitos um estilo de vida

Os jogos sempre existiram ao longo da História. Com o desenvolvimento dos equipamentos, software e das redes, surgiram novas formas de jogar, com a vantagem de tornar mais complexo e realista o ato de jogar. Na maior parte dos casos, os jogos não são uma simples brincadeira, são necessárias várias competências para que a evolução e as conquistas sejam possíveis.

programação1
Fonte: Udemy.com

Atualmente, os Jogos são uma das áreas de negócio mais lucrativas mundialmente, portanto, a possibilidade de seguir uma carreira profissional pode ser, para alguns, uma alternativa, seja como jogador, programador ou em outras áreas associadas aos videojogos.

É importante entender que a criação, produção, divulgação, venda, marketing de jogos, entre outras, alberga muitos postos de trabalho, alguns deles muito bem remunerados. Ao contrário do que muitas vezes parece, não é impossível viver bem neste ramo. Mas para tal é preciso muito esforço, estudo e trabalho, e os jovens também têm de entender essa parte.

Para os mais convictos da vocação, já existem cursos profissionais e do ensino superior para que a formação possa ser mais consistente e, acima de tudo, certificada.

Jogar pode ser benéfico

Antes de continuar, é importante ressalvar que nos estudos realizados sobre os benefícios dos jogos se conclui que estes (os benefícios, claro) só surgem quando esses jogos são utilizados de forma saudável e equilibrada com a vida. Este facto faz toda a diferença na hora de analisar os resultados dos estudos.

O hábito de jogar sempre acompanhou a evolução do Homem: jogos tradicionais ancestrais, jogos de tabuleiro, jogos de computador. A perspetiva de integração, socialização, raciocínio, lógica e conhecimento sempre estiveram associados aos jogos. Por tudo isto, torna-se fácil entender que a grande maioria pode proporcionar algo de positivo nos indivíduos que os utilizam e/ou praticam.

Jogo da onça madeira 770
Fonte: avosidade.com.br

Os benefícios principais associados aos videojogos podem ser Cognitivos, Emocionais ou Sociais, se bem que em algumas plataformas de jogos também podem existir alguns benefícios Físicos.

Preocupações de pais e professores

De qualquer forma, sabe-se que tanto em casa como na escola, existe uma preocupação crescente com o alheamento e desinteresse de alguns jovens pela escola. Esse afastamento pode ter inúmeras justificações, entre as quais se poderão incluir os jogos.

As preocupações aumentam quando na escola se percebe que alguns jovens não estão a dormir o suficiente, muitas vezes porque estão a jogar até muito tarde. Alguns até confessam com orgulho que conseguem estar um dia inteiro a jogar sem comer!

Na escola, este descontrolo causa sensações de desconforto, com as quais não sabemos lidar muito bem. E os Pais, quando preocupados, também se sentem impotentes para conseguir mudar o rumo da situação, muitas vezes por desconhecimento da problemática e da possibilidade de procurar alguma ajuda profissional.

É importante que nos casos evidentes de adição se consulte um especialista na área da psicologia para que, em conjunto, consigam vencer um problema já reconhecido pela Organização Mundial de Saúde que já contemplou a Perturbação de Adição aos videojogos no manual de classificação das doenças.

Como em tudo, o problema está no excesso, na inexistência de regras muito claras, especialmente em relação ao número de horas e aos horários de jogo.

Com a massificação dos telemóveis e com a “moda” de que as crianças têm de ter um telemóvel a tempo inteiro (inclusive no quarto durante a noite), tornou-se muito fácil para estes jovens terem acesso a jogos e outras atividades a qualquer hora e em qualquer lugar.

Para saber mais informações sobre este tema, a equipa da Internet Segura disponibiliza gratuitamente um ebook para Pais e Educadores: Mundo dos Videojogos, riscos e benefícios.

guia

Download

Se gostaste deste artigo partilha-o com Professores, Educadores e especialmente com Pais e Tutores preocupados.

Créditos da imagem de destaque

Photo by hitesh choudhary from Pexels

]]>
https://www.educatech.pt/cuidado-com-os-jogos/feed/ 0 2270
Impactos da Internet nas famílias https://www.educatech.pt/impactos-da-internet-nas-familias/ https://www.educatech.pt/impactos-da-internet-nas-familias/#respond Thu, 07 Feb 2019 22:02:15 +0000 http://demo.themeruby.com/innovation_default/?p=782

A tecnologia aproxima quem está longe e distancia quem está perto.

Autor desconhecido.

Quero começar este post com uma convicção: A Internet é uma excelente ferramenta. Como já referi, talvez uma das maiores e melhores invenções, que contribui para um crescimento do conhecimento, da interação e da comunicação. O problema não está na Internet, está nas pessoas e, tal como em outras tecnologias, a forma como é utilizada marca a diferença.

Uma questão de velocidade!

A grande diferença da Internet para outras tecnologias está relacionada com a velocidade da transformação entre a inexistência e a massificação. Apesar de a Internet ter dado os primeiros passos na década de 70 do século passado, no meu ponto de vista, o momento da viragem coincide com o aparecimento dos Sistemas Operativos gráficos, multitarefa e multimédia. Os meados dos anos 90 marcam a explosão da Internet, ainda muito longe do que é atualmente.

Significa que o crescimento exponencial se deu numa velocidade impensável, em menos de 25 anos temos uma tecnologia ao alcance de uma enormíssima percentagem da população (em especial nos ditos países de desenvolvidos ou em vias de desenvolvimento).

Paralelamente aos equipamentos necessários para a sua utilização, provavelmente não se conhece nenhuma outra tecnologia que tenha tido este crescimento tão rápido em alcance (mais de 55% da população mundial), é algo impressionante. Segundo o site mundial de estatísticas sobre a utilização da Internet (https://www.internetworldstats.com), o crescimento do número de utilizadores foi quase de 1100% entre 2000 e 2018.

E poderia dizer que não imaginamos como será daqui a 25 anos. No entanto, tendo a consciência de que com a Internet a rapidez da criação de novos conhecimentos também cresceu em larga escala, prefiro dizer que não sabemos como irá ser daqui a 5 ou 10 anos.

man people photography adventure looking tourist 644366

Tecnologias: O terror das famílias e dos professores?

Como é natural neste tipo de mudanças rápidas, os impactos são sentidos na mesma proporção. E a adaptação para a grande parte dos pais, avós e professores (que viveram grande parte das suas vidas num contexto totalmente diferente, pode ser muito dolorosa e difícil.

Entender as rotinas, os hábitos, as crenças e os valores destas crianças e jovens é um grande desafio!!! O choque intergeracional é muito intenso, podendo gerar confusão e, acima de tudo, conflito.

A maneira como os nativos digitais lidam com a tecnologia é totalmente distinta de quem não o é. Para eles a vida sem tecnologias nunca existiu, é algo que não faz sentido. Mas isso não os transforma em inadaptados, inúteis ou fúteis, apenas são diferentes e continuam a ser, na sua essência, seres humanos totalmente normais.

Não gosto de ter memória curta, porque apesar de pertencer à famosa Geração Rasca, sem futuro, consigo perceber agora que uma boa parte dessa geração está a deixar marcas muito positivas a vários níveis da sociedade portuguesa.

Portanto, não posso, de forma alguma, achar que estes jovens nativos digitais estão perdidos porque não gostam da escola, porque passam horas nos equipamentos tecnológicos, ou só porque sim. O nosso papel (pais, professores e todos os educadores) é tentar entendê-los para poder ajudá-los a serem melhores utilizadores da Internet e cidadãos íntegros, consistentes, trabalhadores, corajosos…, o futuro do nosso país (e de outros). Todos lograrão atingir tais objetivos? Claro que não! Mas alguma vez assim foi (com ou sem tecnologia)?

O que mudou nas famílias com as TIC, e principalmente com a Internet?

Em qualquer mudança ou transformação existem aspetos positivos e negativos, perdas e ganhos. É assim sempre!

No que toca às famílias e aos crescimentos das crianças e jovens, os últimos 20 anos trouxeram grandes alterações ao nível das famílias. Muitas foram as mudanças da estrutura familiar e da sua configuração, contrastando com a noção tradicional de família. Face a essas mudanças socioculturais, a forma como as crianças crescem mudou bastante e, com isso, a transmissão de valores também mudou.

As Tecnologias aparecem como mais um fator para acrescentar mais complexidade às famílias atuais. Se refletirmos com total sinceridade sobre a nossa (Pais/Mães) utilização das tecnologias no seio da família, certamente chegaremos a alguns situações em que não agimos da melhor forma, principalmente tendo a responsabilidade de sermos modelos para os nossos filhos.

Eu sei que há sempre alguns que pensarão imediatamente “Ahh.. comigo não isso não acontece”. Pois comigo acontece algumas vezes, nem sempre estou totalmente consciente da responsabilidade de dar o exemplo. Mas basta ir a um restaurante para vermos famílias a desfrutar de uma refeição com um ecrã por perto, será apenas uma exceção (ou várias)? Ou será que em casa também será assim?

As regras na família refletem-se na vida em sociedade. E é na escola que mais se sente esse impacto dessas regras (ou da ausência delas).

iStock 000064274841 Small e1441004255886
fonte: https://www.focuspress.org

A utilização das TIC trouxe alterações evidentes nos comportamentos em família. Basta fazermos um esforço de regresso ao passado para percebermos como tudo mudou. Rádio, Televisão, Telefone, e mesmo o Computador, são tecnologias que não provocaram tais impactos nos comportamentos. A utilização massiva da Internet, especialmente com os smartphones/iphones, obrigaram a alterações profundas. De acordo com a psicóloga Rosário Carmona e Costa, no seu livro iAgora, esta “nova” realidade :

Provoca uma alteração na rede social da família

Antes, os relacionamentos dos elementos das famílias com a comunidade de proximidade (rede social analógica) eram limitados aos familiares, vizinhos, colegas de escola e professores, amigos de familiares. Hoje em dia, essa rede social é muito mais abrangente e, muitas vezes, fora do controlo dos responsáveis pelas crianças e jovens. Mesmo por desconhecimento, num simples jogo de smartphone, tablet ou computador, estão em contacto com um número elevado de utilizadores desconhecidos. Por isso, cada membro da família estende grandemente esta rede social, com impactos naturais na dinâmica familiar.

Os limites entre a família e o exterior alteram-se

Com a ligação à rede, os momentos, atividades e brincadeiras em família passam a ter outros protagonistas: os amigos dos filhos nas aplicações que utilizam, os amigos dos pais com telefonemas, trocas de comentários e posts nas redes sociais ou em telefonemas, dos colegas de trabalho na troca de emails em qualquer dia e a qualquer hora. A lista podia crescer, mas o certo é que os momentos de família (sem tecnologia pelo meio) são cada vez mais raros.

Donna Green Family Love avó a contar histórias no natal
Donna Green, “Family Love”

O núcleo familiar fica mais exposto e mais influenciado pelo exterior

Com uma ligação muito maior com o exterior, o nível do risco também aumenta, tanto para os mais jovens como para os adultos, individualmente, ou para os casais. A exposição ao exterior torna a estrutura familiar mais frágil e a perda da privacidade é evidente.

A comunicação da família altera-se

Apesar de a possibilidade de contacto imediato ser, aparentemente, uma segurança, o facto de as crianças e jovens poderem ser monitorizados (pelo equipamento e pelas publicações que fazem) fragiliza bastante essa segurança e pode transformar-se num risco. A utilização excessiva das tecnologias também está a trazer problemas ao nível da comunicação direta, cara-a-cara. Muitas vezes, sente-se alguma frustração por expetativa de que o outro deverá estar sempre disponível e contactável, quando tal nem sempre é possível.

children 3741769 1920

É, portanto, muito importante compreender e aceitar que estes factos não são o fim da linha, apenas indicadores para que as famílias definam as “regras do jogo” de forma muito clara. Sem a expetativa de que vai ser como dantes, isso não será possível. Possível será observar comportamentos, definir estratégias e aplicá-las de forma consistente para que possam surgir resultados positivos e saudáveis. Devemos estar muito atentos.

Se não for agora, poderá ser no momento em que comecem a surgir sintomas evidentes de Dependência Digital em algum elemento da família. Com a “porta arrombada” talvez surja o tal “abanão” necessário para a consciencialização forçada.

A culpa nunca é das crianças ou dos jovens. Eles precisam de Pais, Educadores e Professores saudáveis, consistentes e Informados.

Curiosamente, ou por maldição, a solução pode até começar na Internet!

A família e a Escola têm de ser parceiros, nunca inimigos. Para refletir, sem julgamentos.

Imagens utilizadas no artigo (originais e adaptadas) retiradas de Pixabay e Pexels, com utilização de acordo com as licenças disponibilizadas.

]]>
https://www.educatech.pt/impactos-da-internet-nas-familias/feed/ 0 782