Internet – EducaTech.pt https://www.educatech.pt Literacia Digital para Professores Wed, 11 Mar 2020 00:05:36 +0000 pt-PT hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.7.2 https://i0.wp.com/www.educatech.pt/wp-content/uploads/2018/11/cropped-Ico.png?fit=32%2C32&ssl=1 Internet – EducaTech.pt https://www.educatech.pt 32 32 157763028 Juntos por uma Internet Melhor https://www.educatech.pt/juntos-por-uma-internet-melhor/ https://www.educatech.pt/juntos-por-uma-internet-melhor/#respond Tue, 11 Feb 2020 23:25:07 +0000 https://www.educatech.pt/?p=2365 Comemora-se hoje o Dia Europeu (ou internacional?) da Internet Mais Segura. Por toda a Europa (Mundo) realizam-se atividades de informação e sensibilização para as questões de Segurança na Internet, para que todos (jovens e adultos) utilizem o potencial da Internet no sentido de contribuir para um mundo melhor.

Dito assim, desta forma, parece ser muito simples. Contudo, sabemos que onde há pessoas, há problemas.

O nosso papel é, por isso, ajudar os nossos alunos a entender melhor o que podem fazer com esta Internet e de que forma podem usá-la em Segurança.

É fundamental sermos capazes de mostrar às crianças e jovens o que de mais positivo existe na Internet. Informá-los sobre as crescentes possibilidades de trabalho na rede. Sensibilizá-los e definir atividades que lhes proporcionem ações de produção de conteúdos na Internet.

SemanaInternetSegura2020 scaled
Cartaz das Semana da Internet Segura – EB do Castelo

Na escola onde estou a trabalhar, nos últimos anos, este dia tem sido sempre assinalado com algumas ações, normalmente integrado na Semana da Internet Segura. Ações com professores, com Pais e Encarregados de Educação e, principalmente, com os alunos.

Por isso, hoje foi um dia intenso. Um dia em que falei com quase uma centena de alunos (4 turmas). Tentei ilustrar como era a vida de estudante sem Internet (aludindo ao meu percurso pelo Ensino Básico e Secundário), falar sobre a grande evolução e as vantagens do acesso a Rede Mundial, um pouco sobre a Pegada Digital e sobre a Segurança na Internet.

É muito interessante verificar a boa recetividade deste tema e, infelizmente, a dificuldade que muitos alunos têm em entender que a privacidade é algo que (quase) não existe na Internet. Por muito esforço que exista pela parte dos Professores e dos Pais, por muitas informações e conselhos que tenham, se não aceitarem que se trata de um perigo efetivo, não conseguem aplicar. São muitos os que “brincam” com a situação e acham que quem “cai” nas armadilhas é muito estúpido e pouco inteligente.

hacker 3342696 1920
Imagem de B_A por Pixabay

E têm muitas dificuldades em entender que “gastam” muito tempo de forma pouco útil, pouco produtiva. Grande parte do tempo são consumidores de Internet. É aqui que está o grande desafio, ajudá-los a ser utilizadores ativos, produtores, em vez de apenas (ou maioritariamente) utilizadores passivos.

E deste dia de conversas, retive algumas conclusões muito pontuais e contextualizadas. Por ser uma análise pessoal, sem qualquer tipo de rigor, não pretendo que sirva de análise nem de estudo, mas faço questão de apresentar algumas das ideias resultantes do contacto que tive com os alunos (7º e 8º anos):

  • Há muitos alunos que dormem com o telemóvel ao lado (da cama, ou na cama). E não consideram sequer que não seja assim.
  • Alguns utilizam-no enquanto os pais estão a dormir.
  • Vários já tiveram contactos virtuais com alguém que não conheciam.
  • Costumam partilhar fotos e alguns dados pessoais por acharem que não há qualquer problema;
  • tiveram conhecimento de alguns casos de ameaças e de partilha de conteúdos “impróprios” com desconhecidos.
  • Não faziam a ideia de que existem jovens e adultos que sofrem de problemas de dependência digital.
  • Não concordam que os pais possam ter acesso aos conteúdos que pesquisam e partilham.
  • Sorriem e acham corriqueiras as “brincadeiras” com colegas e amigos online.
  • Grande percentagem desconhecia que algumas das aplicações virais, quando instaladas, têm acesso a vários conteúdos no telemóvel.

Este levantamento com pouca significância pode, pelo menos, ser motivador de reflexão.

Falamos de alunos nativos digitais, que vão tendo muitas informações sobre Segurança na Internet (escola e em casa) e que deveriam saber pesquisar sobre os assuntos sobre os quais têm dúvidas. Mas nem sempre é assim.

Na minha opinião, é muito importante chegar às famílias. É determinante que os Pais consigam perceber quais são os Riscos, aprender a proteger a Pegada Digital dos seus filhos e, acima de tudo, a criar regras claras de utilização dos equipamentos e acesso à Internet.

social media social network zeitgeist
Fonte: https://www.pxfuel.com/

Por exemplo, há crianças e jovens que acham normal utilizar o equipamento na hora das refeições, que não tem lógica não usar. Por que motivo pensam assim? É fácil entender quando, em casa, não se considera esta ação como uma regra clara para proteger a comunicação nesse momento.

Todos Juntos podemos e devemos ser capazes de construir uma Internet Melhor.

Com esse propósito, proponho que partilhes o projeto Seguranet com todos os Pais e Encarregados de Educação que conheces. Neste portal são disponibilizados muitos documentos informativos e formativos sobre estas questões da Segurança na Internet. Muito interessante!

Seguranet
Projeto Seguranet – www.seguranet.pt

Boas pesquisas!

Outros sites interessantes sobre estas temáticas:

https://ec.europa.eu/digital-single-market/en/news/safer-internet-day-2020

https://mild.rbe.mec.pt/

https://www.digitalcitizenship.nsw.edu.au/

https://www.erte.dge.mec.pt/cidadania-digital

Créditos da Imagem de Destaque

Imagem de Gerd Altmann por Pixabay

]]>
https://www.educatech.pt/juntos-por-uma-internet-melhor/feed/ 0 2365
E, porque hoje é o Dia do Pai… https://www.educatech.pt/e-porque-hoje-e-o-dia-do-pai/ https://www.educatech.pt/e-porque-hoje-e-o-dia-do-pai/#comments Tue, 19 Mar 2019 22:46:51 +0000 http://demo.themeruby.com/innovation_default/?p=656 Hoje publico um artigo ligeiramente diferente, mas que não deixa de ter ligação com a Literacia Digital.

Eu também sou Pai e tento dar o meu melhor. Nem sempre parece ser o suficiente, mas acho que esta sensação é comum na maior parte dos pais (e mães).

Uma das questões que mais me apoquenta, agora que tenho uma pré-adolescente em casa, é a utilização da Internet e das Tecnologias.

No artigo que escrevi sobre o Impacto da Internet nas famílias fiz referência a diversas mudanças que afetam o dia-a-dia nestas relações. Mas, por muito que entendamos o processo, há sempre questões em que temos dúvidas e devemos sempre procurar algum tipo de apoio ou ajuda.

Tento estar atento a vários sinais que possam ser dados pela minha filha, ao nível de relacionamentos, de atitudes, os amigos, na escola e em casa.

Esta atenção é fundamental para que consigamos ajudar da melhor forma. Explicar e informar sobre os riscos de utilização indevida das novas tecnologias é uma das tarefas principais, mas não suficiente.

A preocupação prende-se principalmente com o tempo que passam com os equipamentos e com a forma como está a utilizar a Internet. Em ambos os casos, é importante perceber que, na maioria dos casos, não iremos conseguir que eles atuem à nossa imagem, ou à imagem que achamos que seria a mais correta.

De uma forma muito simples (que na realidade não o é) a “solução” para estas preocupações passa sempre por:

  • definir regras claras
  • monitorizar a utilização
  • informar devidamente.

É ao nível da informação que eu considero existirem problemas graves. Ou melhor, ao nível da preocupação dos pais em encontrar a informação necessária, que existe.

Se estás a ler este artigo, provavelmente é porque o tema te interessa, que tens alguma curiosidade nestas temáticas e que procuras soluções. E esse é o princípio base, o “combustível” que nos mantém alerta.

Nas escolas, infelizmente, reparamos que há uma grande percentagem de pais e encarregados de educação que desconhecem o tema, os riscos e, pior, muitas vezes nem querem saber. E é nestes caos que está o maior perigo: Crianças e jovens que crescem com total liberdade no acesso às tecnologias (equipamentos e acessos).

São várias as plataformas que fornecem ajuda preciosa para prevenir e informar, antes que os riscos passem a ser realidades.

Há uma plataforma que tem muita informação organizada e de fácil acesso aos jovens, aos pais e aos professores: Seguranet.

Vale a pena analisar.

Coisas boas da Internet…

Mas nem só de riscos maus é feita a Internet.

Como costumo dizer, o maior risco para o futuro é não saber utilizar a Internet da forma mais correta. É aí que pais e professores têm um papel fundamental.

Neste artigo vou destacar 2 exemplos que merecem uma reflexão, tentando imaginar formas de apropriação criativa de ideias para utilização nas escolas.

1. O Viral que pode ter efeitos positivos!

São vários os exemplos de vídeos que correm o mundo.

Atualmente, no Marketing Digital, esse efeito é o desejável nas várias campanhas que são lançadas. Um vídeo deste género pode chegar a milhões de pessoas com um custo muito reduzido.

Deixo-vos um exemplo de grande impacto num curto espaço de tempo. Enquadrado com o Dia do Pai, partilho convosco um vídeo que, em menos de um dia, foi visto por mais de meio milhão de pessoas (Caso não faças parte desse número).

Dia do Pai na Rádio Comercial

Podemos perguntar: Este vídeo pode ser considerado marketing da marca Rádio Comercial?

No meu ponto de vista, é claro que Sim. É óbvio que há a intenção de contributos para melhorar imagem da marca. Por outro lado, o conteúdo que partilham apela também ao sentimento, e pode ter efeitos muito positivos em quem vê e interpreta o filme.

E o interessante é que estas ideias podem ser “transportadas” para as escolas. Mas como?

No seguimento ao artigo “Como utilizas o vídeo em sala de aula”, é muito interessante entender como a criação de uma campanha em vídeo pode contribuir para o desenvolvimento de diversas competências (técnicas, científicas e/ou sociais) nos alunos. Para além disso, permite analisar em conjunto o impacto da multimédia: sente-se com as palavras, com as músicas/sons e com as imagens. E conjugar tudo num vídeo é um grande desafio!

Para criar um vídeo neste género é preciso: Tema, Plano, Criatividade e um Smartphone/Iphone.

2. Os desafios na Internet…

Há muita gente que entra em pânico com os “malvadosdesafios que existem online.

É claro que existem desafios muito negativos e desprezíveis na Internet, mas sobre eles nem vou falar para não fazer muita publicidade. Sim, porque cada vez que se fala mal, as probabilidades de ser mais lido e visitado crescem exponencialmente.

Tal como em muitos outros casos, o importante é esclarecer as crianças e os jovens e, nos casos mais graves, procurar a ajuda conveniente.

Gosto especialmente de falar nos bons exemplos.

Há desafios que se tornam virais mundialmente, mas que são apenas por parvoíces (ou divertidos), coisas sem importância, mas que mobilizam milhões de seres humanos. Na última década, são vários os exemplos. Importa refletir sobre o poder de mobilizar massas de uma forma extremamente rápida.

Podes imaginar esse poder aplicado a boas causas?

Partilho um desafio que tem pouco mais de duas semanas, mas que ainda não consegui perceber se está a ter impacto em Portugal:

Byron Román, do Arizona, decidiu colocar no seu Facebook o “Antes e Depoisde um jovem que limpou uma área que estava cheia de lixo.

Bryan
A foto que marcou o princípio do desafio.

A seguir lançou o desafio para que os Internautas fizessem o mesmo e colocassem a hastag #BasuraChallenge (o desafio do lixo). Com esta iniciativa, Bryan até já teve honras de artigo com entrevista na revista Time online (Ver aqui)

O impacto tem sido muito grande, especialmente nos Estados Unidos e na América do Sul. Procura por #BasuraChallenge em várias redes sociais ou num motor de busca e vais encontrar milhares de exemplos.

Este é um grande desafio para sensibilizar para o problema da quantidade de lixo que vemos todos os dias nas ruas. E pode ser aproveitado nas nossas escolas ou, porque hoje é o Dia do Pai, também pelas famílias.

Portanto, espero que estes exemplos para ilustrar o poder, a importância e os riscos da utilização da Internet.

Como pai, tenho o enorme desafio de ajudar a minha filha a ter uma utilização correta das tecnologias. Para tal, sei que, em muitos momentos, tenho de oferecer-lhe alternativas mais saudáveis.

Feliz(es) Dia(s) do Pai!

Créditos da Imagem de Destaque

Foto criado por freepik – br.freepik.com

]]>
https://www.educatech.pt/e-porque-hoje-e-o-dia-do-pai/feed/ 2 656
Impactos da Internet nas famílias https://www.educatech.pt/impactos-da-internet-nas-familias/ https://www.educatech.pt/impactos-da-internet-nas-familias/#respond Thu, 07 Feb 2019 22:02:15 +0000 http://demo.themeruby.com/innovation_default/?p=782

A tecnologia aproxima quem está longe e distancia quem está perto.

Autor desconhecido.

Quero começar este post com uma convicção: A Internet é uma excelente ferramenta. Como já referi, talvez uma das maiores e melhores invenções, que contribui para um crescimento do conhecimento, da interação e da comunicação. O problema não está na Internet, está nas pessoas e, tal como em outras tecnologias, a forma como é utilizada marca a diferença.

Uma questão de velocidade!

A grande diferença da Internet para outras tecnologias está relacionada com a velocidade da transformação entre a inexistência e a massificação. Apesar de a Internet ter dado os primeiros passos na década de 70 do século passado, no meu ponto de vista, o momento da viragem coincide com o aparecimento dos Sistemas Operativos gráficos, multitarefa e multimédia. Os meados dos anos 90 marcam a explosão da Internet, ainda muito longe do que é atualmente.

Significa que o crescimento exponencial se deu numa velocidade impensável, em menos de 25 anos temos uma tecnologia ao alcance de uma enormíssima percentagem da população (em especial nos ditos países de desenvolvidos ou em vias de desenvolvimento).

Paralelamente aos equipamentos necessários para a sua utilização, provavelmente não se conhece nenhuma outra tecnologia que tenha tido este crescimento tão rápido em alcance (mais de 55% da população mundial), é algo impressionante. Segundo o site mundial de estatísticas sobre a utilização da Internet (https://www.internetworldstats.com), o crescimento do número de utilizadores foi quase de 1100% entre 2000 e 2018.

E poderia dizer que não imaginamos como será daqui a 25 anos. No entanto, tendo a consciência de que com a Internet a rapidez da criação de novos conhecimentos também cresceu em larga escala, prefiro dizer que não sabemos como irá ser daqui a 5 ou 10 anos.

man people photography adventure looking tourist 644366

Tecnologias: O terror das famílias e dos professores?

Como é natural neste tipo de mudanças rápidas, os impactos são sentidos na mesma proporção. E a adaptação para a grande parte dos pais, avós e professores (que viveram grande parte das suas vidas num contexto totalmente diferente, pode ser muito dolorosa e difícil.

Entender as rotinas, os hábitos, as crenças e os valores destas crianças e jovens é um grande desafio!!! O choque intergeracional é muito intenso, podendo gerar confusão e, acima de tudo, conflito.

A maneira como os nativos digitais lidam com a tecnologia é totalmente distinta de quem não o é. Para eles a vida sem tecnologias nunca existiu, é algo que não faz sentido. Mas isso não os transforma em inadaptados, inúteis ou fúteis, apenas são diferentes e continuam a ser, na sua essência, seres humanos totalmente normais.

Não gosto de ter memória curta, porque apesar de pertencer à famosa Geração Rasca, sem futuro, consigo perceber agora que uma boa parte dessa geração está a deixar marcas muito positivas a vários níveis da sociedade portuguesa.

Portanto, não posso, de forma alguma, achar que estes jovens nativos digitais estão perdidos porque não gostam da escola, porque passam horas nos equipamentos tecnológicos, ou só porque sim. O nosso papel (pais, professores e todos os educadores) é tentar entendê-los para poder ajudá-los a serem melhores utilizadores da Internet e cidadãos íntegros, consistentes, trabalhadores, corajosos…, o futuro do nosso país (e de outros). Todos lograrão atingir tais objetivos? Claro que não! Mas alguma vez assim foi (com ou sem tecnologia)?

O que mudou nas famílias com as TIC, e principalmente com a Internet?

Em qualquer mudança ou transformação existem aspetos positivos e negativos, perdas e ganhos. É assim sempre!

No que toca às famílias e aos crescimentos das crianças e jovens, os últimos 20 anos trouxeram grandes alterações ao nível das famílias. Muitas foram as mudanças da estrutura familiar e da sua configuração, contrastando com a noção tradicional de família. Face a essas mudanças socioculturais, a forma como as crianças crescem mudou bastante e, com isso, a transmissão de valores também mudou.

As Tecnologias aparecem como mais um fator para acrescentar mais complexidade às famílias atuais. Se refletirmos com total sinceridade sobre a nossa (Pais/Mães) utilização das tecnologias no seio da família, certamente chegaremos a alguns situações em que não agimos da melhor forma, principalmente tendo a responsabilidade de sermos modelos para os nossos filhos.

Eu sei que há sempre alguns que pensarão imediatamente “Ahh.. comigo não isso não acontece”. Pois comigo acontece algumas vezes, nem sempre estou totalmente consciente da responsabilidade de dar o exemplo. Mas basta ir a um restaurante para vermos famílias a desfrutar de uma refeição com um ecrã por perto, será apenas uma exceção (ou várias)? Ou será que em casa também será assim?

As regras na família refletem-se na vida em sociedade. E é na escola que mais se sente esse impacto dessas regras (ou da ausência delas).

iStock 000064274841 Small e1441004255886
fonte: https://www.focuspress.org

A utilização das TIC trouxe alterações evidentes nos comportamentos em família. Basta fazermos um esforço de regresso ao passado para percebermos como tudo mudou. Rádio, Televisão, Telefone, e mesmo o Computador, são tecnologias que não provocaram tais impactos nos comportamentos. A utilização massiva da Internet, especialmente com os smartphones/iphones, obrigaram a alterações profundas. De acordo com a psicóloga Rosário Carmona e Costa, no seu livro iAgora, esta “nova” realidade :

Provoca uma alteração na rede social da família

Antes, os relacionamentos dos elementos das famílias com a comunidade de proximidade (rede social analógica) eram limitados aos familiares, vizinhos, colegas de escola e professores, amigos de familiares. Hoje em dia, essa rede social é muito mais abrangente e, muitas vezes, fora do controlo dos responsáveis pelas crianças e jovens. Mesmo por desconhecimento, num simples jogo de smartphone, tablet ou computador, estão em contacto com um número elevado de utilizadores desconhecidos. Por isso, cada membro da família estende grandemente esta rede social, com impactos naturais na dinâmica familiar.

Os limites entre a família e o exterior alteram-se

Com a ligação à rede, os momentos, atividades e brincadeiras em família passam a ter outros protagonistas: os amigos dos filhos nas aplicações que utilizam, os amigos dos pais com telefonemas, trocas de comentários e posts nas redes sociais ou em telefonemas, dos colegas de trabalho na troca de emails em qualquer dia e a qualquer hora. A lista podia crescer, mas o certo é que os momentos de família (sem tecnologia pelo meio) são cada vez mais raros.

Donna Green Family Love avó a contar histórias no natal
Donna Green, “Family Love”

O núcleo familiar fica mais exposto e mais influenciado pelo exterior

Com uma ligação muito maior com o exterior, o nível do risco também aumenta, tanto para os mais jovens como para os adultos, individualmente, ou para os casais. A exposição ao exterior torna a estrutura familiar mais frágil e a perda da privacidade é evidente.

A comunicação da família altera-se

Apesar de a possibilidade de contacto imediato ser, aparentemente, uma segurança, o facto de as crianças e jovens poderem ser monitorizados (pelo equipamento e pelas publicações que fazem) fragiliza bastante essa segurança e pode transformar-se num risco. A utilização excessiva das tecnologias também está a trazer problemas ao nível da comunicação direta, cara-a-cara. Muitas vezes, sente-se alguma frustração por expetativa de que o outro deverá estar sempre disponível e contactável, quando tal nem sempre é possível.

children 3741769 1920

É, portanto, muito importante compreender e aceitar que estes factos não são o fim da linha, apenas indicadores para que as famílias definam as “regras do jogo” de forma muito clara. Sem a expetativa de que vai ser como dantes, isso não será possível. Possível será observar comportamentos, definir estratégias e aplicá-las de forma consistente para que possam surgir resultados positivos e saudáveis. Devemos estar muito atentos.

Se não for agora, poderá ser no momento em que comecem a surgir sintomas evidentes de Dependência Digital em algum elemento da família. Com a “porta arrombada” talvez surja o tal “abanão” necessário para a consciencialização forçada.

A culpa nunca é das crianças ou dos jovens. Eles precisam de Pais, Educadores e Professores saudáveis, consistentes e Informados.

Curiosamente, ou por maldição, a solução pode até começar na Internet!

A família e a Escola têm de ser parceiros, nunca inimigos. Para refletir, sem julgamentos.

Imagens utilizadas no artigo (originais e adaptadas) retiradas de Pixabay e Pexels, com utilização de acordo com as licenças disponibilizadas.

]]>
https://www.educatech.pt/impactos-da-internet-nas-familias/feed/ 0 782
Safe Internet Day: 15 anos de Sensibilização para a Segurança na Internet https://www.educatech.pt/dia-da-internet-segura-2019/ https://www.educatech.pt/dia-da-internet-segura-2019/#respond Tue, 05 Feb 2019 05:56:24 +0000 http://demo.themeruby.com/innovation_default/?p=811 Navegar em Segurança

Numa semana em que, um pouco por toda a Europa, se celebra o Dia da Internet +Segura, decidi escrever este artigo para exprimir a minha opinião sobre um tema que (ainda) gera opiniões e sensações distintas. Esta iniciativa europeia, que ser realiza sempre no 2º dia da 2ª semana do 2º mês de cada ano, comemora hoje 15 anos, durante os quais se realizaram inúmeras atividades de sensibilização e educação para a utilização mais segura da rede mundial.

Quando em 1969 o professor Leonard Kleinrock conseguiu enviar a primeira mensagem de email conseguiu percorrer mais de 500 km em rede entre a Universidade da Califórnia, em Los Angeles e o Stanford Research Institute, longe estaria de imaginar que essa mesma rede iria atingir as proporções a que assistimos atualmente.

Atrevo-me a dizer que, paralelamente com outras, a Internet é uma das maiores invenções ou inovações. Nunca, em tempo algum, se teve acesso a tanta informação, ao contacto com especialistas e com as suas opiniões, e de forma tão rápida. A comunicação evoluiu de forma impensável e o trabalho tirou partido de todas essas potencialidades.

Por muito que tentemos encontrar contras (que existem) não poderemos negar as enormes vantagens, nomeadamente na velocidade de evolução do conhecimento, que só é possível por ter equipas a trabalhar no mesmo conhecimento em qualquer parte do mundo a qualquer momento, através da Internet.

E este conhecimento tem impactos não só ao nível da Ciência, da Medicina, da Tecnologia, etc…, mas também ao nível humanitário. São imensos os exemplos de ações que se desenvolvem na Internet e que, sem a tecnologia, seriam muito mais difíceis de implementar. 

charity

charity: water is a non-profit organization bringing clean and safe drinking water to people in developing countries.

We’re on a mission to solve the water crisis and reinvent charity for a new generation. Join the team. We’re hiring.

Apesar disso, sabemos que a utilização da Internet também envolve Riscos. Informar e preparar os alunos é, também, o papel das escolas. Durante esta semana realizam-se milhares de ações de sensibilização e de informação junto dos alunos, contribuindo para a formação em Cidadania Digital.

Vers. Port SID
Banner (versão portuguesa) do Dia da Internet +Segura 2019

Juntos por uma Internet melhor” é o lema/slogan para as comemorações deste ano e direciona-nos para uma das limitações mais sentida nas escolas – a colaboração com as famílias. A presença das famílias é fundamental para que qualquer medida funcione da melhor forma.

Dois exemplos neste contexto:

  • de nada nos serve referir repetidamente que o sono é essencial para a aprendizagem e saúde das crianças e jovens, quando nos chegam diariamente alunos com poucas horas de sono, muitas delas perdidas em jogos online ou em outras ocupações. Porque é que isto acontece?
  • Para quê sensibilizar os alunos para temas da Cidadania Digital (pirataria, proteção de dados, cyberbullying, dependências digitais, netiqueta, etc…), quando na sua extensão para casa não existir uma continuidade, e por vezes, pelas ações, até existe um incentivo contrário?

Os motivos deste distanciamento são muito diversos, mas a responsabilização na educação dos filhos não deve ser negligenciada.

A informação está toda disponível, mas os pais, as mães, os educadores, os professores, sofrem da “síndrome da cabeça cheia” (conceito inventado por mim para exprimir o excesso de informação) e têm dificuldade em definir as prioridades. É urgente percebermos o que realmente é importante e sermos criteriosos nas nossas ações para que possamos ajudar os mais novos a serem utilizadores críticos e informados.

Também é fácil entender que a Dependência Digital é uma realidade, mas é difícil criar alternativas para que essa dependência diminua ou desapareça.

Essa é uma responsabilidade de todos nós. 

Utilizar a Internet não é um Perigo. Perigo é não saber utilizá-la de forma construtiva. É mais importante, e mais difícil, orientar do que proibir.

Cell

Para finalizar, deixo um conjunto de ligações com informações importantes sobre este tema e que podem, e devem, partilhar com todos os agentes educativos, especialmente com as famílias.

Seguranet

Internet Segura

Mild- Cidadania Digital

ERTE – Cidadania Digital

Novos Media – Guia para os pais