Depois de um artigo de incentivo à criação de jogos educativos, tarefa que pode ser feita pelos professores e/ou pela família, trago-vos um pequeno artigo e um guião… sobre videojogos.
Por vezes é-nos muito difícil entender os nossos alunos. Nesta área dos jogos digitais não é fácil perceber por que motivo conseguem estar horas e horas (dias e dias) mergulhados num jogo. De qualquer forma, nas nossas rotinas diárias com alunos, conseguimos perceber que esta realidade nos deixa desconfortáveis, especialmente quando percebemos que existem visíveis consequências destes desequilíbrios.
Pessoalmente, nunca fui muito adepto de videojogos e sempre tive muita dificuldade em perceber esta “estranha” forma de passar o tempo (é apenas uma opinião). No entanto, desde que me lembro, sempre tive colegas, familiares e amigos muito interessados neste passatempo.
Este gosto por videojogos não é recente! Já existe há algumas décadas e a maioria das pessoas que gostava de jogar nessa altura (há quase 30 anos), ainda hoje gosta e continua a passa muitas horas à frente de um monitor. Pessoas normais.
Gaming, para muitos um estilo de vida
Os jogos sempre existiram ao longo da História. Com o desenvolvimento dos equipamentos, software e das redes, surgiram novas formas de jogar, com a vantagem de tornar mais complexo e realista o ato de jogar. Na maior parte dos casos, os jogos não são uma simples brincadeira, são necessárias várias competências para que a evolução e as conquistas sejam possíveis.

Atualmente, os Jogos são uma das áreas de negócio mais lucrativas mundialmente, portanto, a possibilidade de seguir uma carreira profissional pode ser, para alguns, uma alternativa, seja como jogador, programador ou em outras áreas associadas aos videojogos.
É importante entender que a criação, produção, divulgação, venda, marketing de jogos, entre outras, alberga muitos postos de trabalho, alguns deles muito bem remunerados. Ao contrário do que muitas vezes parece, não é impossível viver bem neste ramo. Mas para tal é preciso muito esforço, estudo e trabalho, e os jovens também têm de entender essa parte.
Para os mais convictos da vocação, já existem cursos profissionais e do ensino superior para que a formação possa ser mais consistente e, acima de tudo, certificada.
Jogar pode ser benéfico
Antes de continuar, é importante ressalvar que nos estudos realizados sobre os benefícios dos jogos se conclui que estes (os benefícios, claro) só surgem quando esses jogos são utilizados de forma saudável e equilibrada com a vida. Este facto faz toda a diferença na hora de analisar os resultados dos estudos.
O hábito de jogar sempre acompanhou a evolução do Homem: jogos tradicionais ancestrais, jogos de tabuleiro, jogos de computador. A perspetiva de integração, socialização, raciocínio, lógica e conhecimento sempre estiveram associados aos jogos. Por tudo isto, torna-se fácil entender que a grande maioria pode proporcionar algo de positivo nos indivíduos que os utilizam e/ou praticam.

Os benefícios principais associados aos videojogos podem ser Cognitivos, Emocionais ou Sociais, se bem que em algumas plataformas de jogos também podem existir alguns benefícios Físicos.
Preocupações de pais e professores
De qualquer forma, sabe-se que tanto em casa como na escola, existe uma preocupação crescente com o alheamento e desinteresse de alguns jovens pela escola. Esse afastamento pode ter inúmeras justificações, entre as quais se poderão incluir os jogos.
As preocupações aumentam quando na escola se percebe que alguns jovens não estão a dormir o suficiente, muitas vezes porque estão a jogar até muito tarde. Alguns até confessam com orgulho que conseguem estar um dia inteiro a jogar sem comer!

Na escola, este descontrolo causa sensações de desconforto, com as quais não sabemos lidar muito bem. E os Pais, quando preocupados, também se sentem impotentes para conseguir mudar o rumo da situação, muitas vezes por desconhecimento da problemática e da possibilidade de procurar alguma ajuda profissional.
É importante que nos casos evidentes de adição se consulte um especialista na área da psicologia para que, em conjunto, consigam vencer um problema já reconhecido pela Organização Mundial de Saúde que já contemplou a Perturbação de Adição aos videojogos no manual de classificação das doenças.
Como em tudo, o problema está no excesso, na inexistência de regras muito claras, especialmente em relação ao número de horas e aos horários de jogo.

Com a massificação dos telemóveis e com a “moda” de que as crianças têm de ter um telemóvel a tempo inteiro (inclusive no quarto durante a noite), tornou-se muito fácil para estes jovens terem acesso a jogos e outras atividades a qualquer hora e em qualquer lugar.
Para saber mais informações sobre este tema, a equipa da Internet Segura disponibiliza gratuitamente um ebook para Pais e Educadores: Mundo dos Videojogos, riscos e benefícios.
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