7 Ferramentas para apanhar os Plagiadores
O assunto Plágio é muitas vezes abordado nas conversas entre professores. Cada vez mais, sente-se que a tarefa “simples” de copiar trabalhos é mais frequente do que julgamos.
Neste artigo trago um tema muito importante para professores preocupados com a problemática das cópias integrais.
Antes de continuar, é importante começar pelo início:
O que é plágio?
Curioso verificar que a palavra tem origem latina (quem diria) e que está associada ao roubo de escravos. Provavelmente, tal como eu, não tinhas essa noção.
Ao fim e ao cabo, para o que nos interessa nas escolas, o plágio é a cópia de obras ou pensamentos de outros apresentados como originais por quem apresenta o trabalho.
É um problema simples que se resolve com a indicação dos autores?
Sim e Não. Depende dos objetivos do trabalho e de como é feita essa referência. Se é real e total, ou se é parcial. Ou até, como acontece em alguns casos, se se fazem algumas indicações pouco importantes, “esquecendo” a referência principal.
Então, como está a funcionar nas escolas?
O plágio nas escolas pode existir num simples trabalho de casa. Como? Quando o aluno o apresenta como seu mas que foi feito na íntegra por outra pessoa, nomeadamente por um adulto.
Quando isto acontece no 1º ciclo, está a passar-se uma mensagem (errada): Não importa quem faz o trabalho, importa sim que seja entregue.
Neste caso, o papel da família é fundamental, tal como o do Professor Titular para explicar o que são Direitos de Autor, Plágio e tentar desenvolver competências para utilização de referências bibliográficas na realização de determinados trabalhos.
E por aí em diante nos ciclos seguintes nos vários trabalhos que são solicitados.
Se tens algumas dúvidas (professor, aluno ou Encarregado de Educação) sobre como utilizar as referências bibliográficas nos trabalhos de investigação, posso sugerir que fales com o Professor Bibliotecário da tua escola/agrupamento. Certamente ele vai ter um documento orientador e pode dar-te muitas dicas.
Por falar em Dicas, sem aprofundar muito, deixo-te 4 formas simples para diminuir o plágio nos trabalhos que os alunos realizam:
- Não valorizar o trabalho totalmente plagiado, sem referências às fontes ou aos autores; Acontece, muitas vezes, que o aluno que plagia tem melhor avaliação do que o aluno que faz um trabalho “com menos qualidade” no conteúdo, mas original. É completamente contraproducente.
- Indicar no guião do trabalho as formas para fazer Referências Bibliográficas – Pode ser um resumo ou uma ligação para um documento com as normas. O guião pode conter a indicação de que o aluno será penalizado se não criar a Bibliografia e/ou se utilizar informações de autores que não refere.
- Solicitar trabalhos que incidam maioritariamente na opinião, análise, reflexão, apresentação de dados, resumos. Ou seja, não valorizar os conceitos e/ou opiniões de alguns autores, mas sim a opinião do aluno sobre algum/alguns aspetos do tema do trabalho.
- Apesar da importância do trabalho escrito, alternar ou complementar esse habitual relatório com uma apresentação oral. Desta forma, o aluno pode ser confrontado com questões que exijam raciocínio lógico, interpretação e associação dos conceitos que apresentou no trabalho.
São apenas 4 sugestões, existem muitas mais, como é óbvio. Seja como for, parece-me que este é um assunto que deve merecer relevância nos Conselhos Pedagógicos das Escolas/Agrupamentos, de tal forma que me parece fundamental a existência de um plano estratégico transversal que permita criar rotinas nesta área, desde o 1º ciclo, sempre com continuidade e uniformização nos ciclos posteriores.
Como detectar?
Perceber que um trabalho é totalmente plagiado pode ser fácil nuns casos, e um pouco mais difícil noutros.
Factos como a forma como o aluno articula o léxico, a comparação com o sua escrita nos trabalhos em aula, os brasileirismos utilizados no texto, a incoerência na estrutura do texto, entre outros, deveriam ser fáceis de detetar pelos professores e mais do que suficientes para penalizar a avaliação.
Mas há também casos em que essa deteção não é tão simples.
Por isso, existem ferramentas que permitem detetar plágio, a partir de simples parágrafos, páginas web e até documentos (Word, PDF, PowerPoint, etc…).
Algumas funcionam totalmente online, outras precisam da instalação de software. Em qualquer dos casos, torna-se muito fácil detetar cópias integrais.
Existem versões totalmente gratuitas, outras gratuitas mas com limitações e outras que são pagas. Neste caso, tal como em outros, pode muito bem ser uma opção de escola, uma vez que os preços são bastante acessíveis.
Nos vários casos existentes, os algoritmos utilizados, alguns com indicadores de Inteligência Artificial, permitem o rastreio em vários idiomas.
Alguns destes programas oferecem relatórios completos com dados estatísticos sobre o nível de plágio, imagine-se!
Qual a melhor forma de detetar plágio?
Não existem formas infalíveis, nem ideais, talvez a combinação de vários métodos possa aumentar a probabilidade de deteção.
Fiz uma listagem de 7 FERRAMENTAS que te poderão ajudar a “caçar” os plagiadores:
1 – Google
What??! Como assim?
Sim, pode parecer parvoíce, mas, muitas vezes, sem grande esforço, basta escolher um ou dois parágrafos de um trabalho e colocar na pesquisa do Google (ou de outro motor de busca) para chegar num instante à “fonte de inspiração”.
Apesar de não se tão poderoso como algumas aplicações, permite uma primeira abordagem e pode ser um bom indicativo para mostrar sites e documentos com conteúdo igual ou muito semelhante.
2 – Plagiarisma
Esta é uma das ferramentas grátis para deteção de plágio que aparece como sugestão habitual, pela sua qualidade.
A sua amplitude de busca não se resume a páginas na web, também o faz nas secções de armazenamento de documentos (Google Livros, Google Académico, jornais e revistas online, etc…).
A pesquisa pode ser feita diretamente por texto, numa página online (website, blog, apresentação) ou mesmo a partir de um ficheiro (o ficheiro do trabalho do aluno).
Pode ser utilizado online ou através de um aplicativo que podes instalar no computador.
3 – Plagium
Website que permite a pesquisa de plágio a partir de textos, URL e/ou ficheiros. Tem uma interface muito simples e intuitiva, e é muito rápido na análise.
Apesar de ter limitações na versão gratuita (Até 25 000 caracteres), na maior parte dos casos é suficiente. A versão de software para instalação só existe na versão paga.
O valor cobrado nesta aplicação depende do tipo de pesquisa que se pretende realizar (texto, url ou ficheiro). No caso dos ficheiros o valor corresponde a 0,005€ por cada página.
4 – Anti-Plagiarism
Esta ferramenta é totalmente gratuita, criada no âmbito das licenças Open-Source. É uma aplicação instalável concebida para detetar e impedir o plágio de forma eficaz.
Ferramenta muito versátil que permite o simples Copy+Paste de texto à verificação de ficheiros nos formatos .rtf, .doc, .docx,.pdf.
https://sourceforge.net/projects/antiplagiarismc/
5 – Copy Leaks
Este é um projeto de verificação de plágio baseado totalmente na nuvem com a capacidade de realizar um rastreio de várias formas de violação de direitos de autor nos conteúdos online.
Esta aplicação pode ser utilizada em várias áreas, desde a educação até ao ramo empresarial. A versão grátis, tal como em outros casos, tem limitações. Mas na maior parte das situações é suficiente.
Contrariamente a outros exemplos, no Copy Leaks é necessária inscrição para poder utilizar as versões grátis.
6 – Dupli Checker
Esta é uma das ferramentas gratuitas mais poderosas. Permite utilizar todas as funcionalidades sem limitação. Apenas exige o registo se quisermos realizar mais do que uma pesquisa por dia, até a um máximo de 50. Nada mau.
Apesar de apresentar um design não muito atrativo, a sua utilização é simples, intuitiva e rápida.
A verificação pode ser feita de duas formas, por parágrafos do trabalho (colados na área de pesquisa) ou através do upload de ficheiros para verificação.
Por enquanto, a grande desvantagem é que apenas funciona em língua inglesa. Pode servir perfeitamente para analisar trabalhos que a utilizem no seu conteúdos.
7 – Plagiarism Checker
Versão totalmente gratuita funciona na web e apenas suporta pesquisas até 2000 palavras por cada pesquisa. A versão paga é negociada diretamente com os professores e/ou estabelecimentos.
O algoritmo deste software (na sua versão completa) permite um rastreio dos ficheiros numa comparação com:
- Mais de 14 milhões de páginas web;
- Mais de 2 milhões de trabalhos redigidos por alunos;
- Milhões de publicações relevantes: livros, bases de dados de diários, ebooks, jornais e revistas.
https://www.plagiarismchecker.net/plagiarism-scanner.php
Espero que possam escolher uma das ferramentas e a comecem a testar já hoje com os trabalhos dos alunos.
Agir pedagogicamente nos casos de plágio é uma função do professor.
Boas caçadas! 🙂
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